“O meu socorro vem do Senhor, que fez o céu e a terra.” -- Salmo 121:2
Confesso que me incomodo com a quantidade de volumes e o espaço dedicado à seção sobre auto-ajuda nas livrarias. No entanto, como nunca me interessei por esse gênero, imaginava que a moda já tinha passado, até me deparar com uma notícia recente.
Confesso que me incomodo com a quantidade de volumes e o espaço dedicado à seção sobre auto-ajuda nas livrarias. No entanto, como nunca me interessei por esse gênero, imaginava que a moda já tinha passado, até me deparar com uma notícia recente.
Um dos jornais mais importantes dos Estados Unidos, o Los Angeles Times (26/7/08), publicou uma reportagem sob o título: “Autores Americanos Vêem Seus Livros Sobre Auto-ajuda Desaparecer das Livrarias – no Brasil”.
O mercado espiritualista e de auto-ajuda continua crescendo nos Estados Unidos, segundo o jornal, sendo que em 2007, passou de 600 milhões de dólares. Mas aparentemente o fenômeno continua ainda mais forte em terras tupiniquins, onde alguns títulos que nunca entraram para a lista dos best-sellers na terra do tio Sam, têm se tornado um sucesso.
Como definiu Ed René Kivitz, “o movimento da auto-ajuda proclama que você tem em seu interior todos os recursos de que precisa para obter sucesso, a concretização de seus objetivos, felicidade e qualquer outra coisa necessária para desfrutar uma vida completa”.
Mas nem todo mundo acha que as respostas para os problemas existenciais são encontradas em livros de auto-ajuda. Muitos críticos têm apontado razões para sermos cuidadosos e criteriosos quanto a essa literatura:
- Esses livros iludem oferecendo respostas fáceis para problemas humanos difíceis.
- O leitor acha que pode resolver sozinho todos os problemas. Esse é um pensamento egocêntrico infundado, já que mais cedo ou mais tarde todas as pessoas precisam buscar nos grupos as respostas para os problemas sociais.
- Os livros reforçam uma cultura individualista, criando um ciclo vicioso e mantendo as boas vendas dessas obras.
- Existe ainda um problema filosófico: se a pessoa teve que buscar ajuda em um livro escrito por outra pessoa, não é auto-ajuda.
- O movimento de auto-ajuda tornou-se um negócio de 8,5 bilhões de dólares, só nos Estados Unidos.
- O maior problema, no entanto, é que existe uma sugestão viciante no movimento de auto-ajuda. Se você não superar o problema, a culpa é sua. Os seus pensamentos não foram positivos o suficiente. A solução? Mais livros, CDs, seminários, etc.
Curiosamente, o primeiro livro considerado do gênero de auto-ajuda, escrito por Samuel Smiles, em 1959, que tem como título “Self-Help” [Auto-Ajuda], começa o primeiro capítulo dizendo que “o Céu ajuda aqueles que se ajudam”.
A preocupação desde o princípio em saber como se tornar uma pessoa melhor e ter uma vida melhor parece reconhecer que existe uma interação com o sobrenatural, com Deus, nesse processo, mesmo que essa idéia seja colocada de lado no desenvolvimento dos conceitos pela maioria dos autores. Então o foco torna-se o próprio ser humano e o seu interior.
Não me leve a mal e nem sinta-se ofendido, mas se você pensa que a sua natureza é tão boa que você pode encontrar ajuda em si mesmo, sinceramente, talvez você não esteja sendo tão transparente à frente do espelho. Nas tendências naturais do ser humano, não há poder para reverter as situações caóticas da humanidade.
A Bíblia, no entanto, pode nos oferecer um caminho mais lógico e mais coerente nesse sentido. Ela diz que o sucesso do ser humano não está no seu próprio esforço mas no reconhecimento da dependência do poder de Deus.
O Salmo 59:16 e 17 diz: “Eu, porém, cantarei a Tua força; pela manhã louvarei com alegria a Tua misericórdia; pois Tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. A Ti, força minha, cantarei louvores, porque Deus é meu alto refúgio, é o Deus da minha misericórdia.”
A Bíblia mostra que a origem da ajuda, do refúgio é Deus. Mas vai além ao afirmar que neste sentido essa fonte é exclusiva. “Não há outro, ó amado, semelhante a Deus, que cavalga sobre os céus para a tua ajuda e com a sua alteza sobre as nuvens” (Deuteronômio. 33:26).
Curiosamente a Bíblia já previa essa tendência, que não é moderna e nem pós-moderna, de buscar a valorização do ser humano e de pensar que nele encontram-se todas as respostas. “Confia no Senhor de todo o teu coração e não te estribes no teu próprio entendimento.
Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal” (Provérbios 3:5 e 6).
Diante de uma situação mundial tão instável e uma busca sedenta por respostas para os problemas existenciais, está na hora de criar o Movimento Eliezer (que significa, em hebraico, “Deus ajuda”) para mostrar para as pessoas a Fonte de Sabedoria, gratuita, individual e eficaz: Deus.
Entre as muitas frases de Deus-ajuda, esta me traz muito conforto: “Não temas, porque Eu sou contigo; não te assombres, porque Eu sou o teu Deus; Eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel” (Isaías 41:10).
Por: Marcelo E. C. Dias, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Artur Nogueira. Formado em teologia e administração de empresas. Concluiu o seu MBA na Califórnia, Estados Unidos, em 2003.
Publicado na revista Destaque Empresarial.
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