“Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto, vi também que isto vem da mão de Deus.”
Eclesiastes 2:24
Em 1999, a revista americana Business Week apontou a presença crescente da espiritualidade no ambiente de trabalho. Segundo a revista, centenas de conferências sobre o assunto estavam sendo apresentadas e mais de dez mil estudos bíblicos e grupos de oração se reuniam nas empresas. Pouco tempo depois foi a vez das revistas Fortune e New York Times Magazine também atestarem da nova realidade.
Carolyn Corbin, presidente do Center for the 21st Century, prevê que essa tendência no mundo empresarial se acentuará. Segunda a economista, será cada vez mais importante que as companhias sejam faith-friendly ou promotoras da fé. Não só as empresas passarão a aceitar a fé das pessoas, mas encorajarão a espiritualidade no mundo dos negócios porque percebem várias vantagens nesse cenário.
Muitos dos desafios do ambiente de trabalho podem ser influenciados positivamente pela religião, como por exemplo:
1. Formação de líderes
2. Trabalho em equipe
3. Motivação para buscar a excelência
4. Problemas de relacionamento e reconciliação com os superiores e com os colegas
5. Não envolvimento em atividades ilegais
6. Furto de pertences da empresa
7. Ética no serviço ao consumidor
8. Justiça no trato com os empregados
9. Fofoca no ambiente de trabalho
10. Trato para com os inimigos
11. Atração extramarital no ambiente de trabalho
12. Atmosfera de trabalho que valorize o respeito e integridade
Trabalho e espiritualidade são palavras que, a princípio, definem realidades muito desconexas.
A maioria das pessoas divide a sua rotina em duas partes. De segunda a sexta para o trabalho, e então, o final de semana que inclui a religião. Apesar de o brasileiro considerar a fé muito importante (86% tem essa opinião segundo a revista Época) ir à igreja semanalmente é habito de somente 30% da população -- um programa para o fim de semana.
Mais recentemente, no entanto, tem-se descoberto que as duas realidades podem estar mais próximas do que se pensava. Melhor do que isso: elas podem coexistir e se complementar.
Nada disso deveria ser novidade. A Bíblia fala sobre o trabalho como uma realidade da vida. Logo nas primeiras páginas, no relato da Criação, a Bíblia fala sobre a atividade de Deus e o seu descanso no sétimo dia. Também encontra-se ali a ordem de Deus para que Adão trabalhasse. E a constatação de que após o pecado o trabalho se tornaria uma maldição aos seres humanos. Jesus mesmo trabalhou com o seu pai na carpintaria até os 30 anos, chamou doze trabalhadores para serem os seus discípulos e deixou uma missão que envolve bastante atividade para os seres humanos.
Das 132 aparições públicas de Jesus registradas no Novo Testamento, 122 delas foram em ambiente de trabalho. Das 52 parábolas que Jesus contou, 45 têm o contexto do ambiente de trabalho.
A Bíblia ainda fala que no Paraíso haverá algum tipo de trabalho.
O trabalho é mencionado na Bíblia mais de 800 vezes. Isso é mais do que todas as menções a adoração, louvor, música e canto. Na verdade as palavras trabalho e adoração, em hebraico, na Bíblia, têm a sua origem na mesma raiz, avodah, sugerindo que trabalhar é adorar.
Enquanto algumas empresas têm se tornado cada vez mais intolerantes à fé no ambiente de trabalho, a realidade do século 21 demonstra que a tendência é bem diferente. As pessoas não estão satisfeitas com o seu emprego e buscam um propósito para a vida. Já que 60% a 70% da vida é passada no trabalho, os empregadores que atentarem para essa necessidade certamente colherão as conseqüências positivas de trabalhadores mais satisfeitos.
Por outro lado, os trabalhadores deveriam ter sempre em mente o que um pregador certa vez disse: “Uma religião que não é boa na segunda, não é boa no sábado ou no domingo.”
Por: Marcelo E. C. Dias, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Artur Nogueira. Formado em teologia e administração de empresas. Concluiu o seu MBA na Califórnia, EUA, em 2003.
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