“Bem-aventurados os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus” -- Mateus 5:9 (NVI)
Uma viagem recente ao Oriente Médio, a região mais conflituosa do Planeta, chamou a minha atenção para um assunto muito abordado em Administração de Empresas: gerenciamento de conflitos. Estimativas recentes apontam que gerentes gastam até 30% do tempo resolvendo problemas de relacionamento entre funcionários, que acabam causando estresse, frustração, ansiedade, reclamações, sabotagem, lesões, demissões e, consequentemente, baixa produtividade.
Essa é a parte menos atraente da administração. Se um gerente ignora completamente os conflitos, como se não existissem, mais cedo ou mais tarde, será forçado a lidar com um problema incrivelmente maior. Portanto, o primeiro passo é assumir uma perspectiva positiva, entendendo que desejos, necessidades e expectativas variam de pessoa para pessoa.
A atitude correta em relação aos conflitos contribuirá para descobrir e lidar com os problemas, concentrar-se no que é essencial, motivar outros a participar e, especialmente, ajudá-los a reconhecer e se beneficiar das diferenças. Lembre-se que diferenças são supostamente elementos positivos para criar diversidade.
O segundo passo, então, é olhar, além dos problemas na superfície, em direção às realidades histórica, emocional e espiritual que encontram-se na raiz de um determinado conflito, buscando as causas reais e as melhores soluções. É fundamental que o administrador compreenda as razões reais do problema para que a harmonia dos relacionamentos seja duradoura.
Claramente, não há um único jeito de lidar com todos os conflitos. Em cada situação, o profissional precisa decidir qual é o melhor tempo, lugar, tipo de comunicação e tom de abordagem para solucionar o problema.
Especialistas em gestão de diferenças identificaram estas cinco sugestões práticas para prevenir conflitos no ambiente de trabalho:
1. Expresse as suas expectativas de forma clara. Isso pode incluir revisões regulares das funções.
2. Busque intencionalmente formar relacionamentos com os subordinados.
3. Receba feedback regularmente e por escrito deles.
4. Conduza treinamentos básicos sobre como reconhecer e se beneficiar das diferenças dos colegas de trabalho.
5. Desenvolva canais ideais de comunicação entre a gerência e os funcionários.
Se conflitos interpessoais são tão naturais nos relacionamentos, é fácil entender porque a Bíblia menciona tanto questões que envolvem rancor, inveja, desobediência, integridade, autoridade, teimosia, traição, e como lidar com elas.
Eu sintetizaria os conselhos importantes da Bíblia nestes cinco pontos:
1. As causas dos conflitos estão nos motivos errados das pessoas, resultado da natureza humana pecaminosa, e deveriam ser submetidos a Deus (Tiago 4:1-3).
2. Nunca é necessário amplificar um conflito. Tente mantê-lo o mais restrito possível e entre o menor número de pessoas (Mateus 18:15-17). “Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas” (Provérbios 17:14).
3. Apesar de não podermos garantir que o outro lado aceitará a resolução, estamos obrigados a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance (Romanos 12:18).
4. Não há desafio em amar os amigos. As pessoas deveriam buscar, com a ajuda de Deus, amar os inimigos. “Ele faz nascer o Seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” e Deus é o nosso exemplo (Mateus 5:43-45).
5. O nosso maior dever é sempre buscar alternativas pacificadoras (Mateus 5:9).
Marcelo E. C. Dias é pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia e professor de Teologia do UNASP, Engenheiro Coelho, SP. Formado em teologia e administração de empresas, concluiu o seu MBA na Califórnia, em 2003, e atualmente cursa o doutorado em teologia na Andrews University, Michigan, Estados Unidos.
Publicado na revista Destaque Empresarial.
0 comentários:
Postar um comentário